sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O Ano Passado

Eu acho que a música O Ano Passado, de Roberto e Erasmo Carlos, é um hino da causa ecológica (e escrito bem antes da ecologia entrar na moda).

O Ano Passado

Composição: Roberto Carlos / Erasmo Carlos

O ouro no ano passado subiu sem parar
Os gritos na bolsa falaram de outros valores
Corpos estranhos no ar
Silenciosos voadores
Quem sabe olhando o futuro do ano passado
O mar quase morre de sede no ano passado
Os rios ficaram doentes com tanto veneno
Diante da economia
Quem pensa em ecologia
Se o dólar é verde é mais forte que o verde que havia
O que será o futuro que hoje se faz
A natureza as crianças e os animais ?
Quantas baleias queriam nadar como antes
Quem inventou o fuzil de matar elefantes ?
Quem padeceu de insônia
Com a sorte da Amazônia
Na lei do machado o mais forte do ano passado
Não adianta soprar a fumaça do ar
As chaminés do progresso não podem parar
Quem sabe um museu no futuro
Vai guardar em lugar seguro
Um pouco de ar puro reliquia do ano passado
O que será o futuro que hoje se faz
A natureza as crianças e os animais ?
Os campos risonhos um dia tiveram mais flores
E os bosques tiveram mais vida e até mais amores
Quem briga com a natureza
Envenena a própria mesa
Contra a força de Deus não existe defesa
O que será o futuro que hoje se faz
A natureza as crianças e os animais
O que será o futuro que hoje se faz

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Pluralidade

A Grande Família

Meu antigo terapeuta e eu estamos organizando a formação de um grupo para ler e discutir textos relativos à homossexualidade. A proposta é algo que possa ser partilhado por gays e não-gays – e não a de fazermos mais uma espécie de dinâmica de grupo. Como de praxe, assumi a “secretaria” da atividade, propondo-me a articular as pessoas e prospectar os textos.

Pensando que seria muito complicado começar os trabalhos com livros, pois demandam tempo de leitura e isso poderia ser um desestimulador inicial, optei por artigos: textos mais concisos e fáceis de serem distribuídos. Assim, minha busca começou pelo Google Acadêmico, que disponibiliza gratuitamente textos publicados em periódicos brasileiros e estrangeiros. Para a palavra-chave “homossexualidade” a pesquisa encontrou uma quantidade astronômica de referências. Entre tantas, e em sintonia com nossa charmosa editora, chamou minha atenção as muitas indicações para os temas “família homossexual” e “direito de família homossexual”.

Já li algumas coisas e constatei que, por conta do impasse legislativo, o direito homossexual está sendo gestado nos tribunais, através de jurisprudência. Os juízes, respaldados pelo poder de decidir diante da realidade, têm construído um arcabouço legal que, aos poucos, está fazendo o serviço dos nobres legisladores, a ponto de um jurista ter afirmado que os atuais projetos em discussão pelos políticos já estão obsoletos. Exemplos são os casos de homens e mulheres gays que estabelecem uniões estáveis, sem que isso esteja na lei, e que adotam crianças, formando verdadeiras famílias.

Famílias que fogem do padrão tradicional – se é que ainda existam ”famílias tradicionais”. Aliás, nesse sentido, a comunidade homossexual tem participado ativamente da grande transformação social em curso no mundo, pela qual as noções de "família" certamente serão revistas.

Eu, contudo, não tenho amigos gays interessados em adotar crianças. Mas tenho amigos gays que são pais muito dedicados a seus filhos – morando ou não com eles. E sou testemunha de relações muito positivas entre esses jovens e seus pais diferenciados.

Vejo, entretanto, um ponto no qual o tema "família homossexual" ainda esbarra: os gays são entendidos, pelas pessoas mais reacionárias e preconceituosas, como más influências; portanto, incapazes de serem bons pais e boas influências. Daí o perigo que essas pessoas enxergam na adoção e na paternidade gays: fantasiam que essas crianças serão gays desajustados.

Até aqui, nenhuma novidade, apenas mais do mesmo: o puro e infeliz preconceito.

O que me espanta é que também os pais gays tenham essa preocupação sexual, mesmo que não assumida, mas perfeitamente perceptível no alívio da descoberta do filho, por exemplo, com uma revista Playboy nas mãos ou da filha com enormes pôsteres de rapazes na porta do quarto. “Ufa: ele não é”. Percebo isso também na mídia: a preocupação com a sexualidade dos filhos está em filmes, que assisti e recomendo, como A Gaiola das Loucas (1978) ou Essa Estranha Atração (1988), além de muitos outros. Uma preocupação que certamente discutiremos em nosso grupo de estudos.

...

Pais e professores gays não precisam, e não devem, se preocupar com a possível influência da própria sexualidade sobre seus filhos ou seus alunos. Podem, sim, colaborar positivamente para transmitir noções saudáveis desta forma de sexualidade, para que mitos e tabus sejam apagados.

Só para lembrar: 90% dos adultos são heterossexuais e isso nem estimula nem desestimula um jovem gay a ser o que ele é: gay.

Jorge Alves de Lima
joralima@usp.br
originalmente publicado no http://jornalaene.blogspot.com/

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Vende-se Apartamento na Bela Vista (São Paulo) - 135 mil

Estou vendendo meu apartamento na Bela Vista para, se Deus quiser, comprar uma casa em algum lugar de São Paulo perto de alguma estação do Metrô. Quero ter um cachorro, plantar um pé de amoras e comprar um piano (não piano de calda, é claro).

Eis os dados do imóvel à venda: tem 48 metros quadrados, fica no segundo andar, a cota de condomínio é de 299 reais (parece valor de promoção mas é verdade). São quatro apartamentos por andar, sem garagem. O apê fica milimetricamente atrás do Teatro Sérgio Cardoso, no coração do Bixiga (bem próximo de três estações do Metrô: São Joaquim, na linha azul, Anhagabau, na linha vermelha, e Brigadeiro, na linha verde -- e próximo da futura estação Mackenzie da linha amarela).

Quem comprar certamente será tão feliz quanto sou: um lugar perto de tudo: supermercados 24 horas (Extra Brigadeiro, Pão de Açúcar Pedroso e Econ Bela Vista), outros 3 supermercados comuns (recomendo o Futuruma), mais de 15 teatros no entorno, 3 shopping-centers (Paulista, Top Center e Frei Caneca). O apê fica a três quadras da rua Brigadeiro Luis Antonio.
A oferta inclui minha vizinha, Vitória, do apartamento 22, que é ótima, e o zelador Cosme, que é um coração de pessoas (aliás, por falar em coração, o pobrezinho teve um princípio de infarte na semana passada -- mas volta ao trabalho na próxima sexta-feira).

Estou pedindo 135 mil. Pode ser por financiamento, pois os papéis estão todos em dia. E pode ser permuta também, pois estou procurando uma casa. Para amigos e amigos dos amigos dá para fazer o desconto da taxa de corretagem.

Quem souber de (ou estiver) interessado, envie um e-mail para mim: joralima@usp.br.

Eis algumas fotos:





É isso ai. Beijão para todo mundo.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Primeiros passos

Mesmo sem saber andar direito, a pequena Letícia deu seus primeiros e importantes passos em direção à vida, sendo recebida, via Igreja Católica Romana, na seara dos cristãos. Titia Cibele testemunhou tudo -- e deve ter tirado um zilhão e quatrocentos milhões de fotos.

Na foto, as duas fofas no evento: Letícia e Cibele (não vou dizer quem é quem: vão ter que adivinhar...).