quarta-feira, 22 de abril de 2020

Tia Hilda ausente


Tia Hilda ausente

Eu nunca quis fazer um poema para a morte da tia Hilda porque em nenhum poema feito no mundo e em nenhum poema que ainda se fará caberia a perda imensurável. É uma dor que a própria palavra dor não ousa representar. Então, o lugar do poema mais importante do meu mundo fica assim: sempre preenchido de um enorme vazio, para que a palavra saudade não seja evocada em vão, para que a palavra tristeza não seja desperdiçada, para que a gratidão – e somente a gratidão – seja a única força a mover cada segundo dessa eterna despedida.

Jorge de Lima. Itanhaém, 22 de abril de 2020.

Nenhum comentário: