Tia Hilda ausente
Eu nunca quis fazer um poema para a morte da tia Hilda
porque em nenhum poema feito no mundo e em nenhum poema que ainda se fará caberia
a perda imensurável. É uma dor que a própria palavra dor não ousa representar.
Então, o lugar do poema mais importante do meu mundo fica assim: sempre preenchido
de um enorme vazio, para que a palavra saudade não seja evocada em vão, para
que a palavra tristeza não seja desperdiçada, para que a gratidão – e somente a
gratidão – seja a única força a mover cada segundo dessa eterna despedida.
Jorge de Lima. Itanhaém, 22 de abril de 2020.
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