segunda-feira, 10 de março de 2008

Limpando gavetas


Sigo limpando gavetas, já foram às de casa, agora às do trabalho. Vou comprar um pen drive (memória flexível, para fugir dos anglicismos desnecessários) e colocar nela tudo que eu não preciso que esteja no computador. Quem sabe assim o pobrezinho consiga trabalhar um pouco mais rápido. Hoje, neste limpar de gavetas, encontrei um pedaço de poema que, me parece, não está pronto ou está pronto com outro nome e outra forma em outro arquivo. Pelo sim pelo não, já que vou apagar, melhor registrá-lo aqui. Acho que é de 15/11/2006 e seguramente diz respeito a "R.":


Jorge de Lima
São Paulo, 15/11/2006

Vejo um retrato colorido e quente memorizado como pedra de tudo o que sonhei sozinho ou um rastro da esperança que partiu -- urgente de tão agredida. Ou a gravidade do talvez entrevisto. Vi e ouvi: nada de novo. Agora é tarde, por conta dos minutos que sempre ameaçam. Exatos. Exíguos. Veja: o futuro é uma urgência diária. Não fui. Não fomos. Impossível é que eu criasse asas. Mas, de nós dois, só eu aprendi a voar. E, para te esquecer, escrevi este poema.