quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Farfalla

Farfalla

à Giulia

Amarelinha, a borboleta voa: amarelando o céu azul. Voa, voa, voa: bem pequenininha. Bem amarelinha. Sorri, bate as asas: voa. Pousa numa flor, pousa em duas: pousa em todas as flores do jardim. Assim: amarelinha. Voa aqui, voa ali, voa em todo lugar. Só não voa na chuva. Quando chove, a borboleta amarelinha dorme, bem quietinha, debaixo do beiral.

São Paulo, 31/01/2008.
Jorge de Lima




Giulia, comemorando, em Roma, o Carnaval: uma borboleta (farfalla).

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Corrigindo os próprios erros




Que desespero ler o meu próprio currículo e ver uma infinidade de erros: vou precisar contratar um revisor de textos... Bom, em casa de ferreiro, o espeto é sempre de pau. Com tantos textos dos outros para ler, quem disse que sobra tempo para os meus. Só de poemas, tenho uns 200 esperando que um dia eu os olhe com mais amor e calor e lhes dê um destino: o lixo ou a luz. Mas o currículo, cedo ou tarde também vai precisar sofrer uma faxina. Quem sabe quando...
Universidade de São Paulo
Faculdade de Educação
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa I




Seqüência Didática
Poesia: figuração e conceito


São Paulo – 2003

O primeiro passo consiste na avaliação diagnóstica, que deve permitir verificar o que a classe já sabe sobre poeta/poesia e, principalmente, deve servir para o professor colher informações acerca dos alunos, que o permita proceder à organização de grupos de alunos com uma composição heterogênea em relação ao assunto poesia.

Para tanto o professor deve ter em mãos uma espécie de “mapa em branco”. Os modelos desse tipo de mapa podem variar de acordo com a situação da classe. Trata-se de uma lista de presença em que possam ser feitas colunas paralelas aos nomes dos alunos, as quais serão denominadas pelos tipos de informações que as questões levantadas na avaliação diagnóstica podem suscitar. Por exemplo, as colunas podem ser: a) exemplos dados pelos alunos (se apropriados ou inapropriados); b) quando forem apropriados, se simples, complexos, comuns, etc; c) conceitos emitidos pelos alunos (se apropriados ou inapropriados); d) quando forem apropriados, se simples, complexos, comuns, etc. O mapa também pode ser uma folha em branco na qual o professor possa anotar as ocorrências e as falas dos alunos. O importante é poder registrar o que a classe já sabe sobre o tema e o grau desse saber, identificando que alunos estão com maior ou menor familiaridade com o assunto, de maneira a distribuí-los pelos futuros grupos. As perguntas precisam ser abertas e provocativas. Podem ser, por exemplo: a) alguém sabe o que é poesia?; b) para quê serve poesia?; c) quem escreve poesia?; d) quem lê poesia?; e) quem sabe o nome de um autor de poesia?; f) quem sabe alguma poesia?, etc. Uma vez que as perguntas são abertas, podem conduzir a novas perguntas na medida das respostas dos alunos. Se a classe responde que conhece um escritor, por exemplo, a próxima pergunta pode ser como se deu o contato com esse escritor, como é o texto dele, etc. Se a classe começa a citar escritores, esse momento vai servir para verificar a adequação ou não dos nomes citados à condição de escritor de poesia e desse conjunto de respostas poderá se separar aqueles alunos que já conhecem e entendem poesia e sabem fazer a distinção entre um texto em prosa e um texto em poesia. As citações também podem misturar autores nacionais e estrangeiros, mortos e vivos, clássicos ou modernos, regionais ou mais universais, etc. Tudo isso poderá servir para formar o grupo de maneira mais heterogênea.

A próxima etapa consistirá na distribuição para a classe de um texto em poesia. Esse texto deverá ser selecionado em consonância com o “gosto” literário que a turma esboçou durante a avaliação diagnóstica ou com o nível de conhecimento sobre o tema. Para tanto, a seleção de exemplos trazida pelo professor deve ser bastante ampla e diversificada. Por exemplo: se a classe demonstrou algum grau de familiaridade com a poesia que tenha como tema o amor e com a estrutura ritmada, o texto a ser apresentado pelo professor pode ser qualquer um que privilegie o tema “amor romântico”, os versos rimados etc. Poderá apresentar à classe, por exemplo, “Soneto de fidelidade”, de Vinicius de Moraes. Se a noção de poesia da classe comporta textos em versos livres, tanto por ser uma demanda, tanto por ser o modelo preferido pela turma, a escolha poderá recair sobre algum nome da poesia moderna, Carlos Drummond de Andrade, por exemplo. O importante é estabelecer uma conectividade entre a escolha do texto apresentado e a noção da classe sobre o tema.
Nessa etapa o professor, após selecionar o texto, o transcreverá na lousa, com as seguintes instruções: a) copie o texto “Soneto de fidelidade” no seu caderno; b) Faça uma ou duas leituras silenciosas; c) identifique as palavras que lhe são estranhas ou novas ou cujo o sentido lhe pareça “diferente”; d) faça uma lista com essas palavras; etc.

Ao mesmo tempo em que direciona a atenção do aluno para a produção literária de um escritor, dando suporte material para a compreensão de conceitos que serão transmitidos a seguir, essa atividade permitirá que o professor envolva os alunos numa tarefa individual enquanto o próprio professor irá processar as informações que colheu na avaliação diagnóstica, de modo a poder criar os grupos. Os grupos deverão ser compostos por 5 alunos, em função da qualidade das respostas e, também, de outras informações que o professor possa ter dos alunos (tratando-se de uma turma de alunos já conhecida). Dessa forma, um grupo terá alunos que demonstram algum conhecimento apropriado do tema, alguma leitura, alguma facilidade de manusear as informações acerca do tema, com alunos que tem características justamente opostas: dificuldades com o assunto, desconhecimento do assunto, etc. Sendo uma classe já conhecida do professor, será interessante evitar agrupamentos que geraram conflitos em experiências anteriores, a fim de se evitar que se consolide na mente dos membros uma visão negativa do trabalho em grupo.

Na próxima etapa já há a formação das equipes. A primeira tarefa do grupo formado será a de trabalhar com os resultados da questão acerca de palavras “estranhas” encontradas no texto proposto. Parte-se do princípio de que as respostas variarão, uma vez que o grupo tem pessoas em situações diferentes com relação ao tema. A discussão do grupo irá ampliar ou diminuir o conjunto de palavras trabalhadas. Ou seja: se a questão, conforme foi apresentada no presente exemplo, for a localização e formação de uma lista de palavras estranhas ou desconhecidas, muito provavelmente os alunos com dificuldades apresentarão uma lista maior que os alunos com facilidade. Na discussão, um aluno explicará o sentido ao outro e a dúvida será sanada. Portanto, a lista diminuirá. Mas se a atividade anterior, ainda individual, pedisse para localizar outros tipos de itens, como conceitos mais específicos -- por exemplo, rimas internas, os alunos com menos traquejo no tema apresentaria uma lista menor que o aluno com mais facilidades e a discussão em grupo aumentaria a lista.
Durante esse tempo o professor atuará como mediador das questões e dos debates, auxiliando os alunos na depuração dos resultados. Durante essa mediação o professor poderá verificar que tipo de abordagem adotará na próxima etapa, quando da sua explanação acerca do assunto para toda a classe. Perceberá se deve explicar mais a poesia enquanto forma, significado ou interpretação. Também poderá, dessa verificação, surgir a necessidade de explicar mais sobre o autor ou o contexto do texto apresentado, etc. Ou ainda, começar a estabelecer relações entre este gênero com outros ou, ainda, entre um dado movimento literário com o outro. Mas a etapa da explanação do professor, da conceituação do tema, deve se prender a esse momento concreto que é a demanda dos debates dos grupos.

Uma nova etapa será a produção escrita. A base de trabalho pode ser originada do material coletado pelos alunos ainda no momento da atividade individual. Ou seja, dependendo do que fora solicitado para ser buscado pelo aluno, esses dados poderão ser utilizados na etapa de produção escrita. Por exemplo, poderia ter sido solicitada, para uma classe do último ciclo do ensino fundamental, que fosse localizado no texto exemplos de metáforas sobre um dado assunto, ou exemplos de palavras utilizadas num sentido diverso do usual para expressar determinada noção. Assim, na etapa da produção escrita os grupos seriam chamados a criar um texto fazendo uso dos mesmos recursos ou utilizando as palavras localizadas como um vocabulário básico do texto a ser criado, mas alterando seus significados. No caso dos alunos do terceiro ciclo do ensino fundamental, pode ser sugerida a reescritura do texto a partir da elucidação dos termos desconhecidos.
Uma vez que a questão tenha sido explicada para a classe, os alunos do quarto ciclo podem, ainda, trabalhar com tema ou mote do texto e produzir uma nova poesia com o mesmo tema. Ou desconstruir o texto da sua forma de poesia e transformá-lo num texto em prosa, para se marcar a diferença entre uma forma e outra.
O importante é que essa etapa signifique a possibilidade de uma ou mais formas de criação, para que os alunos possam intuir a melhor maneira de trabalhar com o tema. O professor também acompanhará in loco os trabalhos em grupo, com intervenções pontuais, esclarecendo dúvidas e corrigindo erros, num processo que possibilite a reescrita, na busca do aprimoramento do texto.

A última etapa de trabalho será a apresentação do produto desenvolvido pelo grupo, que poderá ser uma dramatização, uma declamação, etc, dependendo do trabalho final.

É importante notar que a avaliação do professor não recairá sobre apenas esse momento, o produto final. O professor deve ter tomado notas do envolvimento dos alunos no processo e, principalmente, deve verificar como entraram e como saíram determinados alunos. Se aqueles alunos que tinham dificuldades conseguiram ter alteradas as suas informações acerca do tema, se puderam compreender o assunto, isso seguramente deverá ser um ponto importante da avaliação. E os alunos devem saber desse critério de avaliação.
Data: 26/06/2003

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

joralimaTEXTO - Meu Currículo - Dezembro de 2007



1. DADOS PESSOAIS

Jorge de Lima
Telefone: (11) 9830 1678
Endereços eletrônicos:
joralima@usp.br (para contato)
joralima@gmail.com (para envio de trabalhos)

2. FORMAÇÃO E TREINAMENTO

2.1 Formação

2.1.1 Bacharelado em Letras (Português).
Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.
Graduação. Conclusão: 2000.

2.1.2 Licenciatura em Português.
Universidade de São Paulo. Faculdade de Educação.
Licenciatura. Conclusão: 2004.

2.1.3 História e Legislação do Ensino Superior.
Programa de Formação Executiva para Assistentes da USP.
Universidade de São Paulo. Faculdade de Educação.
Carga horária: 40 horas. Curso de Atualização. Data: 2005.

2.1.4 Formação de Docentes para o Ensino Superior.
Programa de Pós-Graduação.
Universidade Nove de Julho. Centro de Pós-Graduação Vergueiro.
Carga horária: 400 horas. Especialização Lato Senso. (Cursando).

2.2 PARTICIPAÇÃO EM TREINAMENTO

2.2.1 Cursos de Idiomas

Inglês

2.2.1.1 Inglês Instrumental.
Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.
Carga horária: 60 horas. Inglês. Nível I. Conclusão: 1994.

2.2.1.2 English on Campus. Intermediário.
Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.
Carga Horária: 128 horas. Inglês. Período: 1996-1997

Espanhol

2.2.1.3 Español en el Campus. Intermediário.
Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.
Carga horária: 135 horas. Espanhol. Período: 1996-1997.

2.2.2 Cursos de Informática

2.2.2.1 Access – Banco de Dados.
Universidade de São Paulo. FCF. Laboratório de Informática.
Carga horária: 3 horas. Data: 2001.

2.2.2.2 Excel – Planilha Eletrônica.
Universidade de São Paulo. FCF. Laboratório de Informática.
Carga horária: 5 horas. Data: 2003.

2.2.2.3 Intranet. Rede Local.
Universidade de São Paulo. FCF. Laboratório de Informática.
Carga horária: 4 horas. Data: 2001 e 2005.

Outros Cursos

2.2.3 Administração do Tempo.
SENAC. Centro de Tecnologia em Administração.
Carga horária: 15 horas. Data: 1998.

2.2.4 Relações Interpessoais.
SENAC. Centro de Tecnologia em Gestão de Negócios.
Carga horária: 16 horas. Data: 1999.

2.2.5 Estratégias Comportamentais para Resultados Eficazes.
OpenDreams. Viver Bem Consultoria e Treinamento.
São Paulo – SP. Carga horária: 32 horas. Data: 2002.

2.2.6 Excelência no Atendimento.
Pontua – Consultoria, Recursos Humanos e Treinamento.
Carga horária: 16 horas. Data: 2003.

2.2.7 Diálogo e Reflexões – Encontro com Educadores.
Centro Cultural Banco do Brasil.
São Paulo – SP. Carga horária: 20 horas. Data: 2003, 2004, 2005.

2.2.8 Introdução à História da Arte.
Museu de Arte de São Paulo - MASP.
São Paulo – SP. Carga horária: 16 horas. Data: 2006.

3. Participação em seminários, fóruns, simpósios, congressos, encontros ou eventos similares

3.1 Com apresentação de trabalho

3.1.1 Salão de Artes da FCF/USP.
Universidade de São Paulo. Faculdade de Ciências Farmacêuticas.
São Paulo – SP.
Trabalhos expostos: Diálogo – Poesia (poemas selecionados). 2001, Diverso em verso – Poesia (poemas selecionados). 2002, Crônicas da Vida Crônica – Prosa (Crônicas). 2003, Preto no Branco – Poesia (poemas selecionados). 2004, Dias de Nudez (poemas selecionados). 2005.

3.1.2 II Seminário de Metodologia de Ensino de Língua Portuguesa.
Universidade de São Paulo. Faculdade de Educação.
Trabalho apresentado: Elaboração do perfil dos alunos do ensino supletivo noturno na Escola Estadual da Lapa (SP) – 2002. São Paulo. Data: 2003.

3.2 Sem apresentação de trabalho

3.2.1 O Choque de Civilizações ao Longo da História.
Projeto Universidade. 17ª. Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Câmara Brasileira do Livro.
Carga horária: 3 horas. Data: 2002.

3.2.2 O Romantismo: A Reinvenção da Música.
Seminários da Comissão de Pesquisa.
Universidade de São Paulo. Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Data: 2003.

3.2.3 I Encontro da Pró-Reitoria de Pós-Graduação
Construindo o Amanhã a partir da Nossa Missão. Pró-Reitoria de Pós-Graduação/DRH/USP.
Pirassununga – SP. Carga horária: 16 horas. Data: 2004.

3.2.4 Pneumonia Asiática: Vírus SARS.
Seminários da Comissão de Pesquisa.
Universidade de São Paulo. Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Data: 2004.

3.2.5 I Fórum de Ética em Pesquisa.
Universidade de São Paulo. Faculdade de Ciências Farmacêuticas.
Data: 2004.

3.2.6 VI Seminário de Cultura e Extensão Universitária - Cultura e Tecnologia – USP na Sociedade.
Universidade de São Paulo. Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária.
São Paulo – SP. Carga horária: 14 horas. Data: 2005.

3.2.7 VIII Seminário de Qualidade e Produtividade da FCF/USP.
Universidade de São Paulo. Faculdade de Ciências Farmacêuticas.
São Paulo – SP. Data: 2005.

3.3 Orientação de Texto, Adequação de Texto e Revisão de Texto

Educação corporativa como instrumento de endomarketing nas instituições financeiras.
Rossi, Mara Cristina Cavazini (e outros). Monografia de Especialização. Pós-Graduação Lato Senso em Administração de Negócios Bancários. Fundação Armando Álvares Penteado. 2003. 80 páginas.

Memorial.
Stephano, Marco Antonio. Memorial de Concurso. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2006. 19 páginas.

Aplicação da técnica de segurança HAZOP a uma planta piloto de biodiesel.
Macêdo Júnior, José Teodoro de. Monografia de Especialização. Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia. 2007. 53 páginas.

Hormônio do crescimento e exercício físico: considerações atuais.
Cruzat, Vinicius Fernandes; Donato Júnior, José. Artigo de revisão. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2007. 49 páginas.

Avaliação de resíduos de etilenotiouréia (ETU) em frutas comercializadas na cidade de São Paulo.
Lemes, Vera Regina Rossi. Tese de Doutorado. FSP/FCF/USP. 2007. 113 páginas.

Efeito da suplementação de creatina sobre a composição corporal, a força muscular e indicadores de fadiga em mulheres jovens treinadas.
Trindade, Michele Caroline de Costa. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2006. 69 páginas.

Ação da deficiência dietética de magnésio no dano oxidativo de tecidos de ratos submetidos a protocolo de treinamento periodizado.
Amorim, Aline Guimarães. Monografia de exame de qualificação para o grau de doutor. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2006. 36 páginas.

Desenvolvimento de manjar branco potencialmente probiótico.
Corrêa, Sabrina Barros de Mattos. Monografia de exame de qualificação para o grau de mestre. FBT/FCF/USP. 2006. 64 páginas.

Humanização hospitalar: análise da literatura sobre a atuação da enfermagem.
Leite, Rodrigo Santana (e outros). Artigo de revisão. UNINOVE. 2006. 20 páginas.

Avaliação da exposição ocupacional, em laboratórios, de múltiplos agentes químicos, de longa duração e em baixas concentrações.
Rebelo, Paulo Antonio de Paiva. Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2007. 300 páginas.

Efeito da suplementação crônica de leucina em ratos submetidos à restrição alimentar e período de recuperação nutricional.
Pedrosa, Rogério Graça. Monografia de exame de qualificação para o grau de doutor. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2006. 24 páginas.

Efeito da suplementação crônica com leucina na composição corporal e no estado protéico de ratos submetidos à restrição alimentar e a período de recuperação nutricional.
Pedrosa, Rogério Graça. Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2007. 86 páginas.

Purificação da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase por sistemas micelares de duas fases aquosas contendo ligantes de afinidade.
Lopes, André Moreni. Dissertação de mestrado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2006. 129 páginas.

Mobilização leucocitária: controle endógeno e efeitos de xenobióticos.
Farsky, Sandra Helena Poliselli. Tese de Livre-Docência. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2006. 48 páginas.

Memorial - Formação Intelectual e Científica.
Farsky, Sandra Helena Poliselli. Memorial para Concurso. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2006. 10 páginas.

Qual o real aproveitamento das pessoas que optam pela educação à distância. Uma abordagem na universidade tradicional e no universo corporativo.
Akamine, Carlos. Monografia de especialização (master) em Tecnologia Educacional da Fundação Armando Álvares Penteado. 2006. 70 páginas.

Qual o real aproveitamento das pessoas que optam pela educação à distância. Uma abordagem na universidade tradicional e no universo corporativo.
Pedrosa, Rogério Graça; Donato Júnior, José. Capítulo de livro. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2006. 26 páginas.

Análise comparativa da regulamentação sobre o desenvolvimento, avaliação e comercialização de alimentos com propriedades funcionais nos países: Austrália, Brasil, Canadá, Estados Unidos, Japão e na União Européia.
Franco, Roberta Calhes. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-Graduação Interunidades em Nutrição Humana Aplicada da Universidade de São Paulo. 2006. 160 páginas.

Contaminação do ambiente com arsênico e seus efeitos na saúde humana: uma revisão.
Carabantes, Alexandra Lena Galetovic. Dissertação de mestrado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2004. 227 páginas.

Efeito da suplementação crônica com aminoácido de cadeia ramificada sobre parâmetros indicativos de fadiga em ratos submetidos a protocolo de treinamento periodizado.
Araujo Junior, Jonas Alves de. Dissertação de mestrado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2003. 95 páginas.

Efeito da suplentação do leite com hidrolisado de caseína e com proteína concentrada de soro na obtenção de leites fermentados contendo probióticos.
Damin, Maria Regina. Dissertação de mestrado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2003. 116 páginas.

Programa de avaliação externa para os testes de triagem sorológica de doadores de bancos de sangue dos centros de referência da América Latina: utilização de multipainel específico.
Otani, Márcia Mitiko. Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2003. 198 páginas.

Estudo do efeito do leite fermentado contendo 'Lactobacillus casei' shirota na microbiota intestinal de crianças sob terapia antimicrobiana.
Atobe, Jane Harumi. Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2003. 118 páginas.

Análise térmica e determinação dos parâmetros cinéticos de preparações farmacêuticas e novas especialidades de zidovudina (AZT).
Araujo, Adriano Antunes de Souza. Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2003. 241 páginas.

Qualidade dos medicamentos comercializados no Brasil segundo dados do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde e do Instituto Adolfo Lutz.
Corrêa, José Carlos Valença. Dissertação de mestrado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2003. 129 páginas.

Secagem de bananas utilizando microondas.
Sousa, Wander Alves de. Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2002. 200 páginas.

Listeria monocytogenes em matadouros de aves: marcadores sorológicos e genéticos no monitoramento de sua disseminação.
Chiarini, Eb. Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2007. 149 páginas.

Efeito da adição de culturas sobre as características microbiológicas e a capacidade de sobrevivência de 'Staphylococcus aureus' em salame tipo italiano.
Vanzin, Cézar. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2002. 158 páginas.

Avaliação da toxicidade oral aguda e subcrônica do extrato hidroalcoólico de 'Pothomorphe umbellata' L. Miq..
Barros, Sonia. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2002. 102 páginas.

Estudo do perfil familiar de consumo de alimentos diet e/ou light na cidade de São Paulo baseado nos dados da POF-SP 98-99.
de Fina, Vera Aline Elias. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação Interunidades em Nutrição Humana Aplicada da Universidade de São Paulo. 2003. 107 páginas.

Custo-efetividade da produção de refeições coletivas seguras sob o aspecto higiênico-sanitário em sistemas 'cook-chill' e tradicional.
Kawasaki, Vera Megumi. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação Interunidades em Nutrição Humana Aplicada da Universidade de São Paulo. 2003. 88 páginas.

Efeito comparativo de repositores energéticos sobre as concentrações plasmáticas de glicose e ácidos graxos livres de corredores de longa distância.
Ribeiro, Beatriz Gonçalves. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação Interunidades em Nutrição Humana Aplicada da Universidade de São Paulo. 2004. 125 páginas.

Efeitos de diferentes protocolos de hidratação e de reposição de carboidrato no desempenho de jogadores de futebol.
Guerra, Isabela Pereira de Lucena Rodrigues. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação Interunidades em Nutrição Humana Aplicada da Universidade de São Paulo. 2004. 92 páginas.

Efeito da suplementação com a 'Chlorella pyrenoidosa' sobre o perfil lipídico de mulheres hipercolesterolêmicas.
Chaves, Érica Martins Gomes. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação Interunidades em Nutrição Humana Aplicada da Universidade de São Paulo. 2004. 75 páginas.

Desenvolvimento de comprimidos de liberação prolongada de furosemida: influência das ciclodextrinas.
Spricigo, Rodrigo. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2006. 140 páginas.

Parâmetros nutricionais e hematológicos de ratos alimentados com soja (Glycine Max. L.) geneticamente modificada.
Cintra, Patricia. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2005. 112 páginas.

Efeito da suplementação aguda com carboidratos em exercícios intermitentes de alta intensidade.
Sousa, Maysa Vieira de. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2005. 76 páginas.

Microencapsulação por liofilização de D-limoneno em maltodextrina e quitosana modificada.
Camila Figueiredo Borgognoni. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2005. 105 páginas.

Veneno de 'Bothrops jararaca' modificado com mPEG (monometoxipolietileno glicol) para elaboração de um adjuvante complexado à partícula antigênica.
Stephano, Marco Antonio. Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2005. 100 páginas.

Deposição de colesterol de uma microemulsão lipídica em fragmentos vasculares removidos de pacientes durante a cirurgia de revascularização miocárdica: estudos ´in vivo´ e ´in vitro´.
Couto, Ricardo David. Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2005. 104 páginas.

Efeito dos frutanos (frutooligossacarídeos) na biodisponibilidade de cálcio e magnésio em ratos.
Lobo, Alexandre Rodrigues. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2004. 138 páginas.

Efeito da suplementação de creatina sobre o desempenho físico de adultos jovens treinados submetidos a esforços intermitentes máximos no cicloergômetro.
Altimari, Leandro Ricardo. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2004. 96 páginas.

Avaliação em leitões da biodisponibilidade de ferro de diferentes fontes (ferro microencapsulado com carboximetilcelulose sódica, ferro microencapsulado com alginato, ferro quelado com metionina e ferro eletrolítico).
Cocato, Maria Lucia. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2004. 86 páginas.

Validação da esterilização de um produto protéico vegetal enlatado.
Santos Filho, Gladistone Carvalho dos. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2004. 94 páginas.

3.3.2 Manual de Normas Técnicas para Farmácia Homeopática – Terceira Edição.
Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopáticos. Manual Técnico. 2003. 170 páginas.
Adequação e revisão do texto (redação, estilo e gramática).

3.4 Participação em colegiados de deliberação

3.4.1 Congregação da Faculdade de Ciências Farmacêuticas.
Universidade de São Paulo. Faculdade de Ciências Farmacêuticas.
Função: Representante dos Funcionários (Eleito). Período: 2002-2003.

3.4.2 Conselho Diretivo do Condomínio Edifício Amazonas.
São Paulo - SP.
Função: Conselheiro (Eleito). Período: desde 2005.

3.4.3 Comitê de Ética em Pesquisa.
Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Universidade de São Paulo.
Função: Conselheiro (representante da sociedade). Período: desde 2006.

3.4.4 Conselho Dirigente da Comunidade Cristã Nova Esperança.
São Paulo - SP.
Função: Conselheiro – Primeiro Secretário (Eleito). Período: 2004-2005.

3.4.5 Conselho Fiscal da Comunidade Cristã Nova Esperança.
São Paulo - SP.
Função: Conselheiro (Eleito). Período: Desde 2006.

3.5 EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

3.5.1 Banco do Brasil S.A.
Função: Menor Auxiliar de Serviços.
Período: 1987-1990.

3.5.2 Badia, Quartim & Carmona – Advogados Associados.
Função: Auxiliar Administrativo.
Período: 1990-1991.

3.5.3 Condomínio Edifício Guaporé.
Função: Recepcionista.
Período: 1991-1993.

3.5.4 Universidade de São Paulo.
Função: Operador de Máquina Reprográfica.
Período: 1993-1994.
Função: Técnico Administrativo Médio.
Período: 1993-1997.
Função: Técnico Acadêmico.
Período: 1997-2007.

3.6 Participação em projetos

3.6.1 Como colaborador

3.6.1.1 Produção Histórica no Brasil: Catálogo de Dissertações e Teses dos Programas e Cursos de Pós-Graduação em História.
ANPUH/USP/CNPq. São Paulo – SP.
Função: Bolsista de Apoio Técnico à Pesquisa. Período: 1995-1996.

3.7 Outras Atividades (profissionais ou extra-profissionais)

3.7.1 Participação em concursos

3.7.1.1 Concurso Estadual para Provimento de Cargo de Professor de Educação Básica II – Português.
Secretaria de Estado da Educação.
São Paulo – SP. Resultado: Aprovado. Data: 2004.

3.7.2 Fiscalização de concursos

3.7.2.1 Processo Seletivo - Vestibular.
Fundação Universitária para o Vestibular – FUVEST.
São Paulo – SP. Data: 2000, 2001.
Função: Fiscal de Provas.

3.7.2.2 Processo Seletivo - Vestibular.
Fundação Armando Álvares Penteado - FAAP.
São Paulo – SP. Datas: 2001, 2002.
Função: Fiscal de Provas.
São Paulo, 08 de maio de 2007.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

O caso da bibliotecária


Nesta semana encontrei-me com um brother que me deixou perplexo. Acontece que o amigo, às portas dos 50 anos, após 25 anos de relacionamento estável com terceiros (dois), ainda espera encontrar uma pílula que o livre de ser o que ele é. Fazer o quê? Neste ano, decidi não comemorar o meu aniversário (20 de janeiro). Estou muito barrigudo para entrar nas minhas roupas velhas e muito pão-duro para comprar novas. Vou caminhar mais e comer menos, assim volto para o antigo corpo e para as antigas calças. Aniversários engordam a gente. Ontem postei uma e hoje posto outra: crônicas apresentadas aqui na semana de artes do meu empregador. Todas inspiradas nas histórias da grande Silvia Gomes Novo, a defensora dos bichos, dos frascos e comprimidos:





Ravínia

à Silvia Gomes Novo

A pequena biblioteca do Departamento de Física Quântica já havia incorporado todos os recursos modernos disponíveis para as grandes bibliotecas. Era um espaço de vanguarda no assunto tecnologia. Por isso, o trabalho da senhorita Ravínia resumia-se a manter tudo em ordem. Contudo, para a senhoria Ravínia, bibliotecária das mais polidas, essa tarefa não era simples. Para ela, os jovens alunos usuários – e até mesmo os já experientes professores e pesquisadores – precisavam compreender que uma biblioteca era uma biblioteca. E isso significava, no seu entender, ordem e disciplina. Além de reverente silêncio e comedimento.
Talvez por seu excesso de zêlo transmitir uma certa imagem de eficiência e de carinho ímpar pela biblioteca, todos acabavam cedendo aos exageros de Ravínia. Assim, os “meninos” nunca entravam com lanches ou revistas ou livros na biblioteca. As “meninas” reservavam ao dia das consultas aos livros suas roupas mais “comportadas”. E mesmo os professores se abstinham de exercer sobre a biblioteca os mesmos controles dos demais setores do departamento.
Aos olhos de Ravínia a paz reinava no ambiente por conta da sua diligente vigilância.
Pontualmente, às 8 horas da manhã, a porta de vidro era aberta. Ela já estava lá dentro uns 10 minutos antes verificando se o pessoal da noite havia posto tudo rigorosamente no lugar. Sempre havia, claro, por mais cuidadosos que fossem, algo que Ravínia consideraria um insulto à sua inteligência e que seria anotado para a terrível reunião semanal.
Vestia-se, ordinário, discretamente. Blusas com golas e punhos fechados. Ou brancas, ou pretas, com um camafeuzinho no pescoço, ou amarelinhas, nos dias mais claros. O amarelinho lhe caia bem, no seu próprio julgamento. E sinalizava um dia com um pouco mais de paz no ambiente. O lugar ficava mais leve quando Ravínia estava de amarelinho. No geral, contudo, vestia-se como se estivesse no século anterior. As pessoas, invariavelmente, não reparavam nela. Não porque fosse desprovida de interesse. Mas porque se temia por seus comentários.
Ravínia não era mal-educada ou grosseira. Pelo contrário, era polida, falava idiomas. Era culta. Mas amava o silêncio que emanava das estantes. E, em seu respeito, era racionalmente dura. E sempre direta: aquilo não era uma biblioteca de física quântica? Então, não era espaço para “poesias”.
Aconteceu que uma daquelas menininhas descuidadas esquecera um livro sobre uma das mesas de leitura. O volume, como de praxe, foi posto em sua escrivaninha para que, identificado o proprietário, o mesmo fosse advertido de que não se deveria entrar na biblioteca com livros alheios a ela. Onde já se viu!
“O amante”, de Marguerite Duras. Claro que Ravínia sabia algo sobre essa autora francesa, que vivera boa parte da sua vida na então Indochina. E não era coisa boa não! Onde já se viu uma mulher escrever as coisas que ela escrevia. Se ainda fosse um homem! Francamente.
Abriu o livro para ver se encontrava vestígios de seu proprietário. Que era uma menina avoada, não tinha dúvidas. Só as meninas ingênuas acreditam nesses romances. Não encontrou.
Um dia, eu já tinha uma certa idade, no hall de um prédio público, um homem veio até mim. Ele se apresentou e me disse: "Eu a conheço desde sempre. Todo mundo diz que a senhora era bonita quando jovem. Eu vim lhe dizer que, para mim, a senhora é mais bonita agora do que quando era jovem. Gosto menos de seu rosto de moça do que o de agora, devastada".
Mas que impertinência! Isso é coisa que se diga a uma mulher! E continuou lendo, meio sem querer, para saber quantos outros absurdos poderia haver naquela história verdadeiramente sórdida.
As páginas seguintes voaram sob seus olhos hábeis e atentos. E o expediente da biblioteca, naquele dia, correu sem que Ravínia fizesse as suas famosas e temidas rondas.
Terminou o dia antes de terminada a leitura. Discretamente, acompanhada do livro, ela foi-se para casa, onde finalmente encontrou-se com o ponto final da história.
Morava sozinha, e com simplicidade. Poderia viver melhor, mas não tinha motivos para exageros.
Dormiu e sonhou. E pela manhã, não quis mais saber da companhia dos livros de física quântica.


São Paulo, 21 de agosto de 2007.


Jorge de Lima.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Crônicas da vida crônica - replay


Que fria!

à Silvia Gomes Novo

A missão era a das mais complicadas, pois a cachorra, além de enorme e desconhecida, estava fraca e talvez ferida. Com a ajuda da prima, coloco-a no carro, com muito custo. De quebra, ainda recolheu uma pequena gata “sem raça definida”.
Hoje em dia se diz assim, bonitinho: sem raça definida. Mas antes, quando ela era criança, se falava “vira-lata”.
A cachorra, uma weimaraner, logo ganhou um nome meio “estrangeirado”, como diria sua tia-avó: Twiggy. A gata ainda trocou de nome umas duas vezes. Chegou mesmo a se chamar Sofia – nome de gente, não vai pegar bem. Depois trocaram. Mas que importa o nome? Gatos e gatas não vêm quando são chamados. Eles vêm e vão quando querem. São livres por natureza e arrogantes por definição.
A chegada das duas em casa foi uma convulsão. Por ser muito grande e ainda desconhecida, a cachorra demandava cuidados. Poderia avançar sobre a gata ou até mesmo sobre os outros gatos e os outros animais menores.
Assim, Silvia já saiu do carro gritando pela mãe, que estava lá dentro cortando milho. A tarefa era conduzir a cachorra pela cozinha até a área de serviço, enfurná-la lá e, para conter seus ímpetos, colocar de atravessado uma velha porta. As mulheres precisariam agir todas em conjunto Por isso, a mãe largou a grande faca sobre a mesa, abriu a geladeira e guardou lá o resto do milho que ainda iria ser cortado. Também guardou a parte do milho que já estava cortadinha, pronta para virar refogado.
O que se seguiu foi uma luta. Por sorte, a cachorra era mansa. O que atrapalhava era o seu tamanho e todo o cuidado que tinha que ser tomado pois a pobrezinha mal conseguia parar em pé: estava mesmo muito fraca.
Depois de colocada a porta de atravessado, foi providenciada uma cuia com água e também um pouco de ração. A bichinha comeu e bebeu como uma flagelada. Depois, como não soubesse sorrir, abriu a boca, satisfeita, deitou-se e dormiu.
E a gata?
Sim, porque com a correria em torno da cachorra todas se esqueceram da gata que já se chamara Sofia.
Procuraram-na por toda parte. Inclusive nos outros cômodos da casa e no quintal. Chegaram mesmo a duvidar se ela havia escapado antes de entrarem todos na cozinha. Ela também estava tão fraquinha, lembrou-se a mãe. Será que haviam se descuidado e a cachorra, sem que vissem, dera fim na gata? Não pode ser, não havia sangue nem vestígios. Fugir, também não fugiria: era dócil e estava mesmo muito debilitada.
Como toda a casa já havia sido revirada e todos os móveis já havia sido afastados e vasculhados umas mil vezes, mãe e prima deram a missão por encerrada. Ou a gata morrera ou sumira. Lá não estava.
Silvia, inconformada, fez de tudo, até promessa para São Longuinho: haveria de achar a gata. E viva.
Num lampejo, abriu a geladeira.
E não é que a felina estava lá dentro, já cinza de frio, com os pêlos todos gelados, encolhida na porta da velha geladeira ao lado da jarra com leite!
Imediatamente, foi envolvida nos braços de Silva e aquecida com seu calor e amor. Tiritava de frio. Mas sobreviveu e talvez até tenha tido uma existência feliz.
Todos aprendemos lições com a vida. Até mesmo os gatos. Sofia, daquele dia em diante, mesmo trocando de nome, nunca mais passou perto daquele inferno gelado chamado geladeira.

São Paulo, 21 de agosto de 2007.
Jorge de Lima