quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Palestra gratuita: Vontade de potência e redenção do passado em Nietzsche, sexta-feira, dia 07/12, às 20h




Segundo o filósofo Friedrich Nietzsche, o pensamento do eterno retorno é a condição essencial para que o homem realize a redenção do passado, eliminando o modo ressentido, reativo e niilista de viver, tornando-se capaz de criar o seu próprio futuro. Para o niilista passivo, o “sem sentido” da existência é ainda um estado de sofrimento, de resignação e de brandura. Mas, através do pensamento do eterno retorno da diferença, ele experimenta a emoção necessária que o leva a criar novos valores, operando a destruição do niilismo. 


EVENTO GRATUITO
  SEXTA-FEIRA, 07/12, às 20h
Confirmar presença pelo e-mail contato@mundopensante.com.br (vagas limitadas) 

Espaço Mundo Pensante
Rua Treze de Maio 825 (próx. ao Metrô Brigadeiro), Bela Vista, São Paulo 


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Amauri Ferreira é filósofo, escritor e professor. Desde 2006 ministra cursos livres de filosofia e palestras em diversos espaços culturais e instituições de ensino. Ministrou palestras na Unesp, Universidade Mackenzie, Instituto Sedes Sapientiae e outras instituições. É autor dos livros "Introdução à Filosofia de Spinoza" (Editora Quebra Nozes) e "Introdução à Filosofia de Nietzsche" (Editora Yellow Cat Books). É também autor dos artigos "Mente, corpo, imaginação e memória em Espinosa", "Culpa, ressentimento e a inversão dos valores em Nietzsche" (ambos publicados pela revista Filosofia, da Editora Escala) e "Corpo e pensamento: a invenção de outro sentido" (publicado pela Revista Reichiana, do Instituto Sedes Sapientiae). Também faz experimentações audiovisuais filosófico-poéticas, através de videoaforismos.

Livros e artigos para download, cursos, vídeos e áudios estão disponíveis em www.amauriferreira.com

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Plural de porcentagem


 joralimaTEXTO       

REVISÃO DE TEXTO   - CONSULTORIA ORIENTAÇÃO REDAÇÃO


São Paulo, 14 de setembro de 2012.


Com relação à consulta sobre o plural no contexto das porcentagens, o Manual de Estilo da Editora Abril (1990), coordenado pelo jornalista Carlos Maranhão, página 61, no item 3, sugere que se use o bom senso – e o ouvido. Apresenta o plural de porcentagens como uma condição variável e exemplifica:

Na pesquisa, 55% defenderam a medida; 90% dos problemas foram resolvidos; só 30% do funcionalismo aderiu à greve; 12% da torcida carioca é botafoguense.

Já o Manual de Redação e Estilo de O Estado de São Paulo, de autoria de Eduardo Lopes Martins Filho (3ª. Edição, 1997), página 227, item 2, aprofunda-se mais na questão, pontuando:

a) O verbo concorda com o que for expresso pela porcentagem: Só 10% da produção de trigo foi salva. / Oitenta por cento da imprensa brasileira noticiou o fato. / Segundo a Fiesp, 50% das indústrias brasileiras estão obsoletas. / Mais de 30% das pessoas foram atingidas pela doença.

Martins Filho apresenta uma observação:

Com 1%, faça a concordância no singular: Apenas 1% dos alunos faltou ao exame / Mais de 1% das pessoas foi atingido pela doença.

O autor do Manual do Estadão continua:

b) Se se particularizar a porcentagem, a concordância mudará: Esses 20% da população morreram (e não “morreu”). / Os restantes 30% de aumento serão pagos dois meses depois (e não “será pago”).

c) Se o verbo vier antes do número da porcentagem, a concordância se fará com o número: Está perdido 1% da colheita. / Estão perdidos 10% da colheita.

d) Se o nome vier antes do número que exprime a porcentagem, a concordância se fará com número: Dos alunos, 10% faltaram às aulas. / Da safra de soja, 30% estão perdidos. / Dos livros enviados, apenas 1% se perdeu.

Na coluna Dicas de Português (disponível em http://g1.globo.com/platb/ portugues/2008/12/, acesso em 14/09/2012), do Professor Sergio Nogueira, vinculado às Organizações Globo, o problema se apresenta da seguinte maneira (Caso 10 – Com percentagens):

O verbo concorda com a percentagem:

“Somente 1% não compareceu à prova”;
“Somente 2% não compareceram à prova”.

Quando houver especificador, o verbo pode concordar com a percentagem ou preferencialmente com o especificador:

“Somente 1% dos alunos não compareceu [ou compareceram] à prova”;
“Somente 2% da turma não compareceram [ou compareceu] à prova”.

Se a percentagem estiver determinada, o verbo deverá concordar obrigatoriamente com a percentagem:

“Estes 10% da turma foram reprovados”;
“Os restantes 90% da turma foram aprovados com louvor”.

Bem didática, a explicação abaixo parece ser de autoria do Professor Pasquale Cipro Neto, provavelmente veiculada no Programa Nossa Língua Portuguesa, da TV Cultura (São Paulo), e foi encontrada no site http://www.madesp. com.br/contaumconto/concordancia.htm  (Acesso em 14/09/2012):

“40% dos eleitores preferiram" ou "40% dos eleitores preferiu"?

A expressão que determina o percentual está no plural ("eleitores") e então não há outra opção [“40% dos eleitores preferiram"].

O determinante também pode estar no singular, como na questão seguinte:

"40% do eleitorado preferiu" ou "40% do eleitorado preferiram"?

O termo que se segue ao percentual é singular; logo, o verbo também permanece no singular. A forma correta é "40% do eleitorado preferiu".

Mas e se não houver determinante acompanhando a porcentagem?

"40% preferiu" ou "40% preferiram"?

Como não há nada após a expressão percentual, vale o número 40, que é plural. Se fosse um número inferior a 2, então o verbo ficaria no singular:

“40% preferiram” / “1% preferiu” / “1,8% preferiu

É sempre importante ter em mente que questões relacionadas ao idioma devam ser observadas à luz de cada caso, posto a língua não ser uma ciência exata. Feita essa ressalva, no geral, se a porcentagem estiver funcionando como o sujeito (ou como a parte principal dele), eu flexiono o verbo em função do valor que a porcentagem expressa. Assim, em minha opinião, os exemplos abaixo, da maneira como me foram apresentados, devem figurar no plural:

a) “70,1% possuía” [então: “70,1% possuíam”]
b) “somente 18,3% e 11,6% tinham entre 31 e 40 anos e mais de 40 anos”
c) “referente ao estado civil, 67,1% eram solteiras, 15,7% eram casadas”

Cordialmente,

Jorge Alves de Lima