terça-feira, 14 de novembro de 2017

Fábula: Pit – o peixinho

Meu aluno, João Victor Ferreira, do sexto ano, escreveu a seguinte fábula:

Em uma vila bem pequena, morava um peixinho que queria muito conhecer o mundo fora da água. Um dia, ele chegou para a sua mãe e disse:


 Mamãe, por que a gente não pode ficar fora da água?


A mãe dele respondeu:

 Filho, eu já não falei milhões de vezes que a gente é peixe e que nós não podemos ficar fora da água? Se ficarmos, morremos!


Passou um tempo, Pit, o peixinho, disse: 


 Mamãe, posso brincar com o Maik?
 Pode! – respondeu a mãe dele. Mas, logo em seguida, ela completou: 
 Filho: nem pense em ir para fora do lago, certo?

Mas Pit saiu com tanta pressa, que nem ouviu direito o que a mãe dele havia dito. Quando ele chegou lá na beira do lago, tinha um monte de crianças brincando. Pit olhou e disse para o Maik:


 Maik, 'bora ver o que as crianças estão fazendo?
– Eu acho melhor não; sua mãe disse que não é para sair de dentro da água! – disse Maik, preocupado, porque ele sabia que Pit era um peixe desobediente.

Então Maik foi pegar uma pedra. Pit ficou escondido e quando viu que Maik tinha ido embora, o peixinho colocou a cabeça para fora da água. De repente, veio uma garça e o engoliu rapidamente. E Pit morreu... 


Moral da história: A desobediência não leva a lugar nenhum. 

terça-feira, 7 de novembro de 2017

ACHADOS - tempos verbais

http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/tempos-modos-verbais.htm

http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf61.php
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf62.php

domingo, 5 de novembro de 2017

Gavetas na chuva

Domingo chuvoso em uma cidade do litoral. Não dá para andar de bicicleta, caminhar pela orla ou passear com o cachorro (Tony Ramos Rex). Como passei o final de semana sentado de frente para o computador revisando texto, também não dá para aproveitar o ócio doméstico para ler um livro -- pois os olhos também precisam de descanso.
Restou arrumar as gavetas, que, na modernidade, podem ser os e-mails, os perfis na internet e os arquivos no computador. E não é que, mexendo aqui no Facebook, descobri um milhão de utilidades (grátis!) que estavam desativadas? Descobri até um potencial cliente de revisão de texto que havia acabado de postar uma solicitação -- meu anjo da guarda, pelo visto, também trabalha aos domingos!
Mas, voltando às gavetas, fiquei fascinado com a quantidade de botões e possibilidades disponíveis na internet mesmo para caras que sejam como eu: um completo “analfaBITE”. Espero poder fazer bom uso dessas coisas todas -- tanto para proveito pessoal quanto para ajudar ao próximo.
O complicado tem sido saber quais desses recursos digitais podem ser invasivos ou não, pois nunca se sabe quem está do outro lado da tela, procurando avidamente por alguma maneira de criar confusão (nessas ocasiões, eu sempre me lembro do filme “A Rede”, com Sandra Bullock). Hoje em dia, estar na rede equivale a andar na rua, já que fora de casa pode nos acontecer qualquer coisa -- desde tomar uma repentina chuvinha até ser atingido por um caminhão lotado de melancia ou ser alvo de um beijoqueiro maluco.
Na rede, o caminhão de melancia e a chuva são metafóricos (talvez o beijoqueiro também), mas há outros inconvenientes (e também facilidades -- como eu descobri hoje). O fato é que, atualmente, a internet, além de ter muitas mil gavetas, também é uma via pública que pode levar e trazer todo tipo de gente. A parte boa é que, por aqui, (ainda) não precisamos usar guarda-chuva nos dias nublados.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

O Lobo e o Cordeiro - detalhamento da aula




“O lobo e o cordeiro”

A razão do mais forte é a que vence no final
(nem sempre o Bem derrota o Mal).
Um cordeiro[1] a sede matava
nas águas limpas de um regato[2].
Eis que se avista um lobo que por lá passava
em forçado jejum, aventureiro inato,
e lhe diz irritado: - "Que ousadia
a tua, de turvar[3], em pleno dia,
a água que bebo! Hei de castigar-te!"
– "Majestade[4], permiti-me um aparte" –
diz o cordeiro. - "Vede
que estou matando a sede
água a jusante[5],
bem uns vinte passos adiante
de onde vos encontrais. Assim, por conseguinte,
para mim seria impossível
cometer tão grosseiro acinte[6]."
– "Mas turvas, e ainda mais horrível
foi que falaste mal de mim no ano passado.
– "Mas como poderia" - pergunta assustado
o cordeiro -, "se eu não era nascido?"
– "Ah, não? Então deve ter sido
teu irmão." - "Peço-vos perdão
mais uma vez, mas deve ser engano,
pois eu não tenho mano."
– "Então, algum parente: teus tios, teus pais...
Cordeiros, cães, pastores, vós não me poupais;
por isso, hei de vingar-me" – e o leva até o recesso[7]
da mata, onde o esquarteja e come sem processo[8][9].

La Fontaine. Fábulas, 1992.

Trabalhando a estrutura do texto

a) Enumere, pelos menos, três adjetivos definidores do caráter do lobo e do cordeiro.
b) O encontro do lobo e do cordeiro acontece “nas águas limpas de um regato”. É possível determinar a localização exata do cenário onde se passa a ação? Justifique sua resposta.
c) No verso “foi que falaste mal de mim no ano passado”, a expressão grifada permite situar a ação no tempo? Explique sua resposta.
d) Enumere os argumentos usados pelo lobo para justificar o castigo imposto ao cordeiro.
e) A fábula apresenta um ensinamento ao leitor. Que ensinamento é este e quem o transmite?
g) Por que o segundo verso, “nem sempre o Bem derrota o Mal”, está colocado entre parênteses? O que significa a expressão “nem sempre”?

Outra moral:
Onde a lei não existe, ao que parece,
a razão do mais forte prevalece.
(Ferreira Gullar)

Outra moral:
Contra a força não há argumentos.


[1] cor·dei·ro substantivo masculino
1. Cria da ovelha, ainda nova e tenra. = ANHO
2. Carne desse animal, usada na alimentação. = ANHO
3. [Figurado]  Pessoa mansa e inocente.

Sinônimo Geral: BORREGO
• Aquele que, em atenção à brevidade, dispensa certas formalidades.
Todas as consultas: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/DLPO/decurso [consultado em 26-10-2017].


[2] re·ga·to substantivo masculino
1. Pequeno ribeiro.Ver imagem = ARROIO
2. [Regionalismo]  Azenha.

[3] tur·vo adjetivo
1. Que perdeu a transparência ou a limpidez.
2. Toldado, embaciado.
3. [Figurado]  Perturbado, agitado.
4. [Por extensão]  Bêbedo.
substantivo masculino
5. Falta de transparência ou de brilho.
Confrontar: torvo.

[4] ma·jes·ta·de substantivo feminino
1. Imponência.
2. Aparência grave e solene.
3. Magnificência.
4. Excelência.
5. Grandeza.
6. Ostentação.
7. Título honorífico dado a reis e imperadores, bem como às suas consortes.

[5] ju·san·te (francês jusant) substantivo feminino
1. Refluxo da maré. = BAIXA-MAR, VAZANTE
2. Lado para onde desce a água da maré vazante, ou para onde se dirige a água corrente de um curso de água, em oposição a montante.
3. Local situado depois de um determinado .fato ou situação (ex.: queremos prever problemas a jusante). ≠ MONTANTE

[6] a·cin·te substantivo masculino
1. Modo de fazer propositadamente o que pode ser molesto ou desagradável a outrem.
advérbio
2. De propósito.

[7] re·ces·so |é| (latim recessus, -us, recuo, afastamento, lugar retirado) substantivo masculino
1. Lugar recôndito.
2. Lugar íntimo ou escondido. = ESCONDERIJO, ESCONSO, RECANTO, RETIRO
3. [Figurado]  O que é mais íntimo. = ÂMAGO, IMO
4. [Direito]  .Ato de uma das partes se retirar de acordo, convenção, contrato, etc.
5. Suspensão ou interrupção de .atividades ou de trabalhos.
adjetivo
6. Que é íntimo ou está escondido.
Confrontar: ressesso.

[8] pro·ces·so |é| (latim processus, -us, avanço, marcha, progressão) substantivo masculino
1. Método, sistema, modo de fazer uma coisa.
2. Conjunto de manipulações para obter um resultado.
3. O conjunto dos papéis relativos a um negócio.
4. [Direito]  Conjunto dos autos e mais documentos escritos numa causa cível ou criminal.
5. Processamento.
6. [Antigo]  Seguimento, decurso.
7. [Patologia]  Marcha das fases normais ou mórbidas dos .fenômenos orgânicos.
8. [Direito]  Demanda, .ação.

processo sumário
Palavras relacionadas:

[9] de·cur·so (latim decursus, -a, -um, particípio de decurro, -ere, descer a correr, ir, marchar, percorrer)
adjetivo
1. [Pouco usado]  Que decorreu. = DECORRIDO
substantivo masculino
2. .Ato ou efeito de decorrer. = DURAÇÃO, SUCESSÃO
3. Tempo durante qual algo dura ou decorre (ex.: não serão tidos em conta os documentos enviados após o decurso do prazo).
4. Percurso (ex.: decurso da Lua, decurso do Sol).
5. [Medicina]  Declínio de uma doença.

Fonte inicial:
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/sobre.html