terça-feira, 10 de junho de 2008

D'Artangnan e os Três Mosqueteiros

Encontrei a música tema do seriado em animação D'Artangnan e os Três Mosqueteiros. Estou encantado!



Universidade de São Paulo
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas
Disciplina de Literatura Portuguesa VI

Jorge de Lima


Resenha crítica do ensaio “A modernidade”, de Walter Benjamin (tradução de Heidrun Krieger Mendes da Silva), publicado em “Vanguarda e Modernidade”, 26-27 (Editora Tempo Brasileiro), p. 7-39.


2005
São Paulo


“Passant, sois moderne”

O ensaio “A modernidade”, escrito por Walter Benjamin, traz as impressões do crítico literário em relação à obra do poeta Charles Pierre Baudelaire, francês nascido em 1821 e morto em 1867, tido como precursor do simbolismo, autor de “Les Fleurs du Mal” (1857).

Benjamin vai destacar em seu texto o percurso de Baudelaire no sentido de construir um herói moderno ao mesmo tempo em que faz sua própria figura se confundir com a figura de um herói moderno. Nesse sentido, defende que para viver a modernidade seria preciso uma formação heróica. Aponta que, para o poeta, o herói moderno é o proletário, o que, de fato, se coaduna com a idéia de que a modernidade é o tudo aquilo que se passa a contemplar no espaço urbano.

Relata que, pouco a pouco, foi se construindo um herói moderno que não tinha para si os providenciais prodígios do herói clássico. Ele é frágil, emocionalmente fragmentado, sem certezas. E, muitas vezes, sua arma mais contundente era o suicídio, que não é entendido como covardia ou renúncia: é a própria exaltação da paixão. Um herói que não habita o Olimpio: movimenta-se entre o povo no espaço urbano.
O espaço urbano é, inclusive, o pano de fundo de muitos dos poemas de Baudelaire que são explicitados pelo crítico ao longo do ensaio. Por opção do tradutor, os poemas são apenas transcritos e não traduzidos, o que dificulta a percepção do leitor desprevenido e “monoglota” da totalidade e da beleza dos textos citados. Ainda assim, é possível inferir, pelo texto, que os poemas escolhidos corroboram a tese de que o cenário urbano, e não outro, é o pano de fundo do trabalho do poeta em análise.

As vidas mundanas, as existências desordenadas, o submundo, os criminosos ou as prostitutas são citados como temas da vida mais heróicos do que os temas oficiais: as vitórias militares, a cena política.
Sendo uma marca da modernidade a perda da identidade, o poeta e o herói podem se confundir numa só pessoa. Assim, o crítico lembra, em sua análise, que, sendo o mundo moderno muito maior que os poderes do herói, este já está predestinando à derrota.

Flaubert e Victor Hugo, entre tantos outros, são exemplos de escritores citados por Benjamin para trabalhar a rica interdiscursividade da poesia de Baudelaire. Interdiscursividade estabelecida não apenas com a literatura mas também com outras formas de expressão artística: fotografia, desenho, arquitetura, teatro.

Por fim, chama atenção para o processo formal de criação do poeta. A escrita de Baudelaire, bem sintonizada e identificada com o tempo da modernidade, já não pode abrir mão do uso das palavras não consagradas para o uso poético. Se o mundo aspira o que vem das ruas, das praças e dos redutos fabris, a linguagem da poesia não poderia rechear-se apenas das palavras vindas de dentro das academias e das bibliotecas. Era preciso incorporar o vocabulário do proletário, do povo. Dar a poesia prosaísmos. Experimentar o novo.

E Baudelaire fez isso.



Aluno: Jorge de Lima.
Curso: Filosofia.
Disciplina: Literatura Portuguesa VI.
Docente: Profa. Dra. Marlise Vaz Bridi.
Período: Noturno.
Data: 13/10/2005.

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