A notícia da morte do cartunista Glauco causou-me um estado de desânimo que há muito eu não sentia.
Desafortunadamente acostumado com a violência urbana de todos os dias, eu já me imaginava cinicamente imunizado contra esse tipo de manchete. Mas não: homem feito, barba já ficando branca, rugas por todos os lados e, mesmo assim, senti o chão escapar sob meus pés. E, no meio do expediente de trabalho, os olhos marejarem silenciosamente.
Então é assim: bastam alguns segundos e, zás, um idiota mata com quatro tiros um herói nacional dos quadrinhos. Mata um cara admirado por quem o conhecia pessoalmente e um artista admirado também por aqueles que não o conheciam, mas acompanhavam e respeitavam o seu trabalho.
O assassino fez mais: transformou em muito triste uma ensolarada sexta-feira. E cobriu com as tintas da dor um país inteiro.
Que dia triste...
Jorge de Lima
Um comentário:
Como vc escreve bem, né Jorge?
Vou te visitar na USP dia 5 de abril!!!
Bjinhos, Paula.
Postar um comentário