segunda-feira, 11 de agosto de 2008

João Derly







Esta história das Olimpíadas de Pequim serem de madrugada está acabando comigo. Eu até havia comprado uma pseudobicicleta ergométrica para tentar acompanhar os jogos com menos culpa (afinal, parece-me muito estranho que eu, com 22 quilos a mais na cintura, possa assistir aos jogos, sem o mínimo peso na consciência). Então, pretendia pedalar e assistir TV ao mesmo tempo. Mas às 2 horas da manhã não dá, né? O pior de tudo é que perdi as apresentações do judoca João Derly. Desde quando fiz um semestre de judô, tornei-me um fã olímpico deste esporte (digo olímpico porque só acompanho nas olimpíadas). No tatame, antes que alguém imagine-me um atleta, eu era simplesmente uma tragédia grega: não evolui da faixa branca para a amarela e ainda cheguei a correr o risco de perder a faixa branca e ganhar um quimono com zíper ou botão. E não poderei mais ver o belo João nas Olimpíadas, pois o rapaz já foi desclassificado, de forma que agora me resta esperar por mais 4 anos. Para piorar, o bichinho ficou todo emocionado com a derrota. É tão triste ver um atleta chorando, pois as lágrimas parecem confessar que o atleta sabia-se capaz de vencer, mas antes foi vencido por alguma circunstância inesperada. E ele é tão bonitinho (só achei duas fotos dele na internet, que servem para ilustrar essa nota de hoje e também para ilustrar o pequeno poema que acabei de escrever em sua homenagem).


Judoca João

Chora, João:
lágrimas também são medalhas
guardadas no coração.

Chora, judoca:
só os fortes podem chorar.

Chora, menino:
feito Olimpo que derrama-se em rios
para oceanos formar.

Chora sem pena,
pois um profeta poeta
ergueu-te um poema,
que diz:

-- No Panteão dos Deuses tem um alerta:
"nem só de suor viverá o atleta".




Jorge de Lima
São Paulo, 11/08/2008.












Um comentário:

Anônimo disse...

Sensível você , pra variar, ao se expressar de forma tão agradável. Continue assim, tá no caminho ...rs Jader