domingo, 15 de outubro de 2017

Fábula - segunda aula (mais aprofundada) - 6o. ano



Na aula anterior, já deve ter sido iniciado o tema. A partir desta, há uma retomada, com aprofundamento.

Sequência de ações

Pedir para ler algumas fábulas.
Depois, questionar sobre a leitura e seu entendimento.
Verificar compreensão do texto.
Explorar também o sentido da moral da história nas fábulas e o uso dos ditados populares[1] -- base das morais nas fábulas -- no cotidiano.
Mostrar provérbios[2] e questionar em que momento e em que situação eles são usados, o que se quer dizer com cada um deles, etc.
Ajudar os alunos a perceberem que a mesma moral pode ser usada em mais de uma história e que esta mensagem às vezes precisa ser decifrada e compreendida pelo leitor.
Chamar a atenção para algumas características específicas deste gênero textual[3]: presença de animais com características humanas, narração curta -- mas com início, meio e fim --, uma mensagem ou ensinamento moral (que, muitas vezes, é um provérbio) como desfecho da história.

Se necessário teorizar, utilizar o texto a seguir:

A fábula é um gênero narrativo que surgiu no Oriente, mas foi particularmente desenvolvido por um escravo chamado Esopo, que viveu no século 6º. a.C., na Grécia antiga. As fábulas eram transmitidas oralmente. Depois, na modernidade, foram popularizadas através de escritores como La Fontaine, francês que viveu no século XVII d.C., ou Monteiro Lobato, escritor brasileiro que viveu entre 1882 e 1948. Nas fábulas, geralmente há personagens que são animais ou coisas -- que apresentam características humanas. Eles agem e pensam como se fossem pessoas. Toda fábula traz uma moral, isto é, um ensinamento. Algumas vezes, essa moral está explícita, nos sendo apresentada, geralmente no final do texto, por meio de uma frase. Às vezes, precisamos refletir um pouco sobre o texto para percebermos a moral implícita. A fábula não é um gênero que se destina exclusivamente ao leitor infantil, pois as fábulas não foram inicialmente criadas para serem contadas às crianças, mas aos adultos, como uma forma de aconselhá-los e instruí-los. Pela utilização de animais como personagens que falam e agem como pessoas, as crianças começaram a encantar-se por essas histórias. Ainda assim, essas narrativas não são histórias exclusivas para adultos, mas para pessoas de todas as idades. Esse gênero textual é um dos que mais retrata a essência do comportamento humano. Por meio dessas histórias, é possível aprender os ensinamentos que precisamos para viver em sociedade e também é possível refletir sobre as virtudes, os defeitos e o comportamento humano, compreendendo as vicissitudes[4] da vida.

Banco de questões

1. Escrever algumas características humanas que os personagens das fábulas apresentam.
2. Para que servem, nas fábulas, a moral da história?
3. O que são fábulas?
4. De que tipo de gênero textual são as fábulas?
5. Como e onde surgiram as fábulas?
7. Quais as principais características das fábulas?

Banco de atividades

1 – Construindo a compreensão do gênero

Definir provérbio, esclarecendo que este é um tipo de frase lapidar, concisa e com um sentido exato e que apresenta um ensinamento proveniente da sabedoria popular.

2 – Leitura de fábulas

Distribuir para cada aluno fábulas diferentes. A atividade tem o propósito de familiarizar os alunos com a forma e a linguagem do gênero, além de ampliar o seu repertório.

3 – Definindo a fábula

Solicitar aos alunos que apontem, oralmente, características comuns a todos os textos lidos. Chamar atenção para aspectos como brevidade da história, presença de personagens animais/coisas que agem como seres humanos, ausência de indicações precisas de tempo e espaço, explicitação de uma moral.

4 – Propor que os alunos expliquem/interpretem os provérbios

5 – Mostrar fábulas escritas a partir das histórias dos alunos.

6 – Propor a escrita de fábulas a partir dos provérbios e em combinação com histórias pessoais.

Leitura compreensiva e interpretativa de textos

“O lobo e o cordeiro”

A razão do mais forte é a que vence no final
(nem sempre o Bem derrota o Mal).
Um cordeiro a sede matava
nas águas limpas de um regato.
Eis que se avista um lobo que por lá passava
em forçado jejum, aventureiro inato,
e lhe diz irritado: - "Que ousadia
a tua, de turvar, em pleno dia,
a água que bebo! Hei de castigar-te!"
- "Majestade, permiti-me um aparte" -
diz o cordeiro. - "Vede
que estou matando a sede
água a jusante,
bem uns vinte passos adiante
de onde vos encontrais. Assim, por conseguinte,
para mim seria impossível
cometer tão grosseiro acinte."
- "Mas turvas, e ainda mais horrível
foi que falaste mal de mim no ano passado.
- "Mas como poderia" - pergunta assustado
o cordeiro -, "se eu não era nascido?"
- "Ah, não? Então deve ter sido
teu irmão." - "Peço-vos perdão
mais uma vez, mas deve ser engano,
pois eu não tenho mano."
- "Então, algum parente: teus tios, teus pais. . .
Cordeiros, cães, pastores, vós não me poupais;
por isso, hei de vingar-me" - e o leva até o recesso
da mata, onde o esquarteja e come sem processo.

La Fontaine. Fábulas, 1992.

Trabalhando a estrutura do texto

a) Enumere, pelos menos, três adjetivos definidores do caráter do lobo do cordeiro.
b) O encontro do lobo e do cordeiro acontece “nas águas limpas de um regato”. É possível determinar a localização exata do cenário onde se passa a ação? Justifique sua resposta.
c) No verso “foi que falaste mal de mim no ano passado”, a expressão grifada permite situar a ação no tempo? Explique sua resposta.
d) Enumere os argumentos usados pelo lobo para justificar o castigo imposto ao cordeiro.
e) A fábula apresenta um ensinamento ao leitor. Que ensinamento é este e quem o transmite?
g) Por que o segundo verso, “nem sempre o Bem derrota o Mal”, está colocado entre parênteses? O que significa a expressão “nem sempre”?

Comparando versões de uma mesma fábula

Versões da fábula “O leão e o rato” contada por três autores diferentes: Esopo, na Grécia antiga, cerca do século IV a.C.; La Fontaine, no século XVII; e Monteiro Lobato, no início do século XX.

O LEÃO E O RATO

O leão era orgulhoso e forte, o rei da selva. Um dia, enquanto dormia, um minúsculo rato correu pelo seu rosto. O grande leão despertou com um rugido. Pegou o ratinho por uma de suas fortes patas e levantou a outra para esmagar a débil criatura que o incomodara.
– Ó, por favor, poderoso leão – pediu o rato. – Não me mate, por favor. Peço-lhe que me deixe ir. Se o fizer, um dia eu poderei ajudá-lo de alguma maneira.
Isso foi para o felino uma grande diversão. A ideia de que uma criatura tão pequena e assustada como um rato pudesse ser capaz de ajudar o rei da selva era tão engraçada que ele não teve coragem de matar o rato.
– Vá-se embora – grunhiu ele – antes que eu mude de ideia.
Dias depois, um grupo de caçadores entrou na selva. Decidiram tentar capturar o leão. Os homens subiram em suas duas árvores, uma de cada lado do caminho, e seguraram uma rede lá encima.
Mais tarde, o leão passou despreocupadamente pelo lugar. Então, os homens jogaram a rede sobre o grande animal. O leão rugiu e lutou muito, mas não conseguiu escapar.
Os caçadores foram comer e deixaram o leão preso à rede, incapaz de se mover. O leão rugiu por ajuda, mas a única criatura na selva que se atreveu a aproximar-se dele foi o ratinho.
– Oh, é você? – disse o leão. – Não há nada que possa fazer para me ajudar. Você é tão pequeno!
– Posso ser pequeno – disse o rato – mas tenho os dentes afiados e estou em dívida com você.
E o ratinho começou a roer a rede. Dentro de pouco tempo, ele fizera um furo grande o bastante para que o leão saísse da rede e fosse se refugiar no meio da selva.

Às vezes o fraco pode ser de ajuda ao forte.
ESOPO. Fábulas de Esopo, 1995.

O LEÃO E O RATO

Vale a pena espalhar razões de gratidão:
Os pequenos também têm sua utilidade.
Duas fábulas* mostrarão
que eu não estou falando senão a verdade.

Ao sair do buraco, um rato,
Entre as garras terríveis de um leão, se achou.
O rei dos animais, em mui magnânimo ato,
Nada ao ratinho fez, e com vida o deixou.
A boa ação não foi em vão.
Quem pensaria que um leão
Alguma vez precisaria
De um rato tão pequeno? Pois é, meu amigo,
Leão também corre perigo,
E aquele ficou preso numa rede, um dia.
Tanto rugiu, que o rato ouviu e acudiu,
Roendo o laço que o prendia.

Mais vale a pertinaz labuta
Que o desespero e a força bruta.

* Para ilustrar a mesma moral, La Fontaine conta, em seguida, outra fábula, intitulada “A pomba e a formiga”.
La Fontaine, Fábulas, 1992.

O LEÃO E O RATINHO
Ao sair do buraco viu-se o ratinho estre as patas do leão. Estacou, de pêlos em pé, paralisado pelo terror. O leão, porém, não lhe fez mal nenhum.
– Segue em paz, ratinho; não tenhas medo do teu rei.
Dias depois o leão caiu numa rede. Urrou desesperadamente, debateu-se, mas quanto mais se agitava mais preso no laço ficava.
Atraído pelos urros, apareceu o ratinho.
– Amor com amor se paga – disse ele lá consigo e pôs-se a roer as cordas.
Num instante conseguiu romper as malhas. E como a rede era das tais que, rompida a primeira malha, as outras se afrouxam, pôde o leão livrar-se e fugir.
Mais vale paciência pequenina do que arrancos de leão.
Monteiro Lobato. Fábulas, 1994.

a) Comparar as fábulas.
b) Na comparação das diferentes versões, é possível perceber diferenças relativas ao contexto histórico no qual as fábulas foram escritas?


Comparando versões recriadas de uma mesma fábula

Leia a fábula original de La Fontaine “A cigarra e a formiga”. Depois, compare-a com as recriações de Monteiro Lobato e José Paulo Paes.

A CIGARRA E A FORMIGA

A cigarra, sem pensar
em guardar,
a cantar passou o verão.
Eis que chega o inverno, e então,
sem provisão na despensa,
como saída, ela pensa
em recorrer a uma amiga:
sua vizinha, a formiga,
pedindo a ela, emprestado,
algum grão, qualquer bocado,
até o bom tempo voltar.
"Antes de agosto chegar,
pode estar certa a senhora:
pago com juros, sem mora."
Obsequiosa, certamente,
a formiga não seria.
"Que fizeste até outro dia?"
perguntou à imprevidente.
"Eu cantava, sim, Senhora,
noite e dia, sem tristeza."
"Tu cantavas? Que beleza!
Muito bem: pois dança agora..."

Do livro Fábulas de La Fontaine, 1992.

SEM BARRA

Enquanto a formiga
Carrega comida
Para o formigueiro,
A cigarra canta,
Canta o dia inteiro.

A formiga é só trabalho.
A cigarra é só cantiga.

Mas sem a cantiga
da cigarra
que distrai da fadiga,
seria uma barra
o trabalho da formiga

(José Paulo Paes, s.d.).

A CIGARRA E A FORMIGA (A FORMIGA BOA)

Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé do formigueiro. Só parava quando cansadinha; e seu divertimento era observar as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas.
Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas. Os animais todos, arrepiados, passavam o dia cochilando nas tocas.
A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e metida em grandes apuros, deliberou socorrer-se de alguém.
Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro. Bateu: tique, tique, tique...
Apareceu uma formiga friorenta, embrulhada num xalinho de paina.
– Que quer? – perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a tossir.
– Venho em busca de agasalho. O mau tempo não cessa e eu...
A formiga olhou-a de alto a baixo.
– E que fez durante o bom tempo que não construiu a sua casa?
A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois dum acesso de tosse.
– Eu cantava, bem sabe...
– Ah!... – exclamou a formiga recordando-se. – Era você então que cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas?
– Isso mesmo, era eu...
– Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraía e aliviava o trabalho. Dizíamos sempre: que felicidade ter como vizinha tão gentil cantora! Entre, amiga, que aqui terá cama e mesa durante todo o mau tempo.
A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias de sol.

Do livro Fábulas, Monteiro Lobato, 1994.

a) O que há de comum nas versões que Lobato e José Paulo Paes, autores do século XX, fazem da fábula de La Fontaine, escrita no século XVII?

b) É possível perceber uma mudança de moral de uma época para outra?

Alguns provérbios populares

Daí a César o que de César e a Deus o que de Deus.
Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
Cobra que não anda, não engole sapo.
Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.
A pressa é a inimiga da perfeição.
Cavalo dado não se olha os dentes.
A ocasião faz o ladrão.
A mentira tem a perna curta.
Quando um não quer, dois não brigam.
Gato escaldado tem medo de água fria.
Papagaio come milho, periquito leva a fama.
A necessidade é a mãe das invenções.
Para bom entendedor, meia palavra basta.
Pimenta nos olhos dos outros é refresco.
Águas passadas não movem moinhos.
Macaco velho não pula em galho seco.
Uma andorinha só não faz verão.
O boi engorda é com o olhar do dono.
A morte não chega de véspera.
Antes calar que mal falar.
Quem quer faz, quem não quer manda.
Quem pode manda, quem não pode: faz.
Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.
Não se deve cutucar onça com vara curta.
Santo de casa não faz milagre.
Em cada cabeça uma cada sentença.
Um homem prevenido vale por dois.
Cachorro que late não morde.
Em boca fechada não entra mosquito.
Quem tem boca, vai à Roma.
Quem vê a barba do vizinho arder põe a sua de molho.
Quem usa cuida.
Deus ajuda quem cedo madruga.
Caiu na rede é peixe.
Casa de ferreiro, espeto de pau.
O seguro morreu de velho.
Cada macaco no seu galho.
Quem tudo quer, nada tem.
Devagar se vai ao longe.
De grão em grão a galinha enche o papo.
Errar é humano.
Falar é fácil, fazer é que é difícil.
À noite, todos os gatos são pardos.
Filho de peixe, peixinho é.
Quem avisa amigo é.
Pau que nasce torto, morre torto.
Nada como um dia após o outro.
Se cair, do chão não passa.
Não há rosas sem espinhos.
Não se faz uma omelete sem quebrar os ovos.
Nunca digas: “desta água não bebereis”.
O barato sai caro.
Quem não tem cão, caça com gato.
Onde há fumaça, há fogo.
Peixe morre pela boca.
Quem ama o feio, bonito lhe parece.
Quem espera sempre alcança.
Antes tarde do que nunca.
Ajoelhou, tem que rezar.


Algumas fábulas para serem lidas na aula[5]:


O lobo e a cabra

Um lobo viu uma cabra pastando em cima de um rochedo escarpado e, como não tinha condições de subir até lá, resolveu convencer a cabra a vir mais para baixo.

– Minha senhora, que perigo! – disse ele numa voz amistosa. – Não seja imprudente, desça daí! Aqui embaixo está cheio de comida, uma comida muito mais gostosa.

Mas a cabra conhecia os truques do esperto lobo.

– Para o senhor, tanto faz se a relva que eu como é boa ou ruim! O que o senhor quer é me comer!

Moral: Cuidado quando um inimigo dá um conselho amigo.

O lobo e a cegonha

Um lobo devorou sua caça tão depressa, com tanto apetite, que acabou ficando com um osso entalado na garganta. Cheio de dor, o lobo começou a correr de um lado para outro soltando uivos, e ofereceu uma bela recompensa para quem tirasse o osso de sua garganta. Com pena do lobo e com vontade de ganhar o dinheiro, uma cegonha resolveu enfrentar o perigo. Depois de tirar o osso, quis saber onde estava a recompensa que o lobo tinha prometido.

– Recompensa? – berrou o lobo. – Mas que cegonha pechinchona! Que recompensa, que nada! Você enfiou a cabeça na minha boca e em vez de arrancar sua cabeça com uma dentada deixei que você a tirasse lá de dentro sem um arranhãozinho. Você não acha que tem muita sorte, seu bicho insolente! Dê o fora e se cuide para nunca mais chegar perto de minhas garras!

Moral: Não espere gratidão ao mostrar caridade para um inimigo.

A raposa e o corvo

Um dia um corvo estava pousado no galho de uma árvore com um pedaço de queijo no bico quando passou uma raposa. Vendo o corvo com o queijo, a raposa logo começou a matutar um jeito de se apoderar do queijo. Com esta idéia na cabeça, foi para debaixo da árvore, olhou para cima e disse:

-Que pássaro magnífico avisto nessa árvore! Que beleza estonteante! Que cores maravilhosas! Será que ele tem uma voz suave para combinar com tanta beleza! Se tiver, não há dúvida de que deve ser proclamado rei dos pássaros.

Ouvindo aquilo o corvo ficou que era pura vaidade. Para mostrar à raposa que sabia cantar, abriu o bico e soltou um sonoro “Cróóó!” . O queijo veio abaixo, claro, e a raposa abocanhou ligeiro aquela delícia, dizendo:

-Olhe, meu senhor, estou vendo que voz o senhor tem. O que não tem é inteligência!

Moral: cuidado com quem muito elogia.

7. O gato, o galo e o ratinho

Um ratinho vivia num buraco com sua mãe, depois de sair sozinho pela primeira vez, contou a ela:

– Mãe, você não imagina os bichos estranhos que encontrei!

Um era bonito e delicado, tinha um pêlo muito macio e um rabo elegante, um rabo que se movia formando ondas.

O outro era um monstro horrível! No alto da cabeça e debaixo do queixo ele tinha pedaços de carne crua, que balançavam quando ele andava. De repente os lados do corpo dele se sacudiram e ele deu um grito apavorante. Fiquei com tanto medo que fugi correndo, bem na hora que ia conversar um pouco com o simpático.

– Ah, meu filho! – respondeu a mãe. – Esse seu monstro era uma ave inofensiva; o outro era um gato feroz, que num segundo teria te devorado.

Moral: Jamais confie nas aparências.

O leão e o mosquito

Um leão ficou com raiva de um mosquito que não parava de zumbir ao redor de sua cabeça, mas o mosquito não deu a mínima.

-Você está achando que vou ficar com medo de você só porque você pensa que é rei? – disse ele altivo, e em seguida voou para o leão e deu uma picada ardida no seu focinho.

Indignado, o leão deu uma patada no mosquito, mas a única coisa que conseguiu foi arranhar-se com as próprias garras. O mosquito continuou picando o leão, que começou a urrar como um louco. No fim, exausto, enfurecido e coberto de feridas provocadas por seus próprios dentes e garras, o leão se rendeu. O mosquito foi embora zumbindo para contar a todo mundo que tinha vencido o leão, mas entrou direto numa teia de aranha. Ali o vencedor do rei dos animais encontrou seu triste fim, comido por uma aranha minúscula.

Moral: muitas vezes o menor de nossos inimigos é o mais temível.


[1] Ditado popular ou provérbio ou ainda adágio é uma frase do popular, com um texto mínimo de autor anônimo que é várias vezes repetido e se baseia no senso comum de um determinado meio cultural, como por exemplo: “antes ele do que eu”.
[2] Os provérbios são ditos populares (frases e expressões) que transmitem conhecimentos comuns sobre a vida. Muitos deles foram criados na antiguidade, porém estão relacionados a aspectos universais da vida, por isso são utilizados até os dias atuais. É muito comum ouvirmos provérbios em situações do cotidiano. Quem nunca ouviu, ao fazer algo rapidamente, que “a pressa é a inimiga da perfeição”. Os provérbios fazem sucesso, pois possuem um sentido lógico. A maioria é de criação anônima. O provérbio é fácil de decorar e transmitir em função de seu formato simples, curto e direto. Falam sobre diversos assuntos e fazem parte da cultura popular da humanidade. Encontramos provérbios para praticamente todas as situações de vida.
https://www.suapesquisa.com/musicacultura/proverbios.htm
[3] Os gêneros textuais (ou gêneros discursivos) variam muito e adaptam-se às necessidades dos falantes. É possível observar que eles possuem peculiaridades que nos permitem identificá-los e reconhecê-los entre tantos outros gêneros. Entre as características dos gêneros textuais estão a apresentação de tipos estáveis de enunciados, além de estruturas e conteúdos temáticos que facilitam sua definição. São exemplos de gêneros textuais: artigo, crônica, conto, reportagem, notícia, e-mail, carta, relatório, resumo, resenha, biografia, diário, fábula, ofício, poema, piada. Gêneros textuais são diferentes de tipos textuais (narração, dissertação, descrição, injunção e exposição). Narrar é contar uma história que envolve personagens e acontecimentos. São apresentadas ações e personagens: O que aconteceu, com quem, como, onde e quando. Dissertar é expor os conhecimentos que se tem sobre um assunto ou defender um ponto de vista sobre um tema, por meio de argumentos. Descrever é apresentar as características principais de um objeto, lugar ou alguém. Exposição é um tipo de texto no qual são apresentadas informações sobre assuntos e fatos específicos – expõe ideias; explica; avalia; reflete –, sem que haja interferência do autor, sem que haja sua opinião a respeito. Faz uso de linguagem clara, objetiva e impessoal, com a maioria dos verbos no presente do indicativo – a notícia de jornal é um exemplo desse tipo de texto. Injunção é um tipo de texto que expressa ordem, normas, instruções e tem como característica principal a utilização de verbos no imperativo. Pode ser classificado como instrucional – o texto apresenta apenas um conselho, uma indicação e não uma ordem – ou prescrição – o texto apresenta uma ordem, a orientação dada no texto é uma imposição. Receitas, bulas e manuais são exemplos.
[4] Vicissitudes, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, www.priberam.pt/DLPO/vicissitudes [consultado em 15-10-2017]. 1. Mudança ou diversidade de coisas que se sucedem. 2. Alternativa, variação. 3. Revés. 4. Eventualidade, acaso.
[5] http://www.refletirpararefletir.com.br/fabulas-pequenas

São fontes, entre outras:
https://pt.slideshare.net/ritalago56/sequencia-didtica-para-trabalhar-com-as-fbulas 
http://www.refletirpararefletir.com.br/fabulas-pequenas

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